O concelho de Oliveira do Bairro apresentou, em 2008, coberturas acima dos 90% em termos de vacinação infantil e uma adesão em massa das jovens à vacina contra o cancro do cólo do útero. Interessante é também a percentagem de lactentes - 56,3% - com aleitamento materno exclusivo até aos três meses. Estes e outros dados foram apresentados durante a palestra sobre "Panorâmica da Saúde Infantil distrital e concelhia", organizada pelo Rotary Club de Oliveira do Bairro, na penúltima terça-feira. Clara Conceição, enfermeira especialista de pediatria neste Centro de Saúde, lançou inclusive a sugestão para a criação de um banco de leite no concelho. Outra das palestrantes, Fátima Veiga, coordenadora distrital de Saúde Infantil UCF’s do distrito de Aveiro e Intervenção Precoce na Infância, afirmou que se tenciona "que todos os centros de saúde do país formem os cantinhos da amamentação". Mas, adiantou, "o projecto é caro, demora muito tempo a investir e pressupõe um espaço físico próprio". Por isso, a ajuda da comunidade "é preciosa", e aqui o Rotary pode ter um papel fundamental. Ficou a certeza de que tal sugestão não ficará esquecida. Questão cultural dificulta acção. "O Centro de Saúde de Oliveira do Bairro consegue captar uma certa franja de mulheres, de etnia cigana e imigrantes de Leste e norte de África, na fase da gravidez, mas depois dos filhos nascerem, quase que temos de andar atrás deles". A frase é do director do Centro de Saúde de Oliveira do Bairro, Fernando Martins, que admite ser este um dos principais problemas no que respeita à saúde infantil no concelho actualmente. "Apesar da nossa simpatia e atenção, alguns fecham-se por completo, é um problema claramente cultural", acrescentou. Outros problemas seriam abordados por Clara Conceição, que considera que "a pobreza no concelho está a aumentar, e isso tem efeitos na aumento do número de adolescentes grávidas, fruto de uma certa carência afectiva e ausência de apoio parental".Oriana Pataco oriana@jb.pt |
